Estava o editor deste
informativo cultural a arrumar pilha de revistas antigas,
quando abriu exemplar da revista A CIGARRA - setembro de
1957 - e, casualmente, caiu em reportagem sobre a lendária
Dona Olímpia Cota. Dona Olímpia, versada para Sinhá Olímpia
por gerações posteriores à sua morte ocorrida em setembro de
1976, vivia a perambular pelas ruas de Ouro Preto e gastava
seu tempo em prosas com turistas, aos quais costumava pedir
um dólar, embora não necessitasse de esmolar. Nascida no
distrito de Santa Rita Durão, município de Mariana-MG, Dona
Olímpia, segundo contam, teria sofrido desilusão amorosa à
altura dos 40 anos e, a partir de então, sua vida se
desenrolou entre delírios e realidade. Muito pintada, roupas
estranhas, longo cajado encimado por flores, cesta pendurada
ao braço esquerdo e cabeça sempre coberta por chapéu, também
florido! Era um dos ícones de Ouro Preto, e, quem, em sua
época, visitasse a cidade e não visse Dona Olímpia, não
tinha estado em Ouro Preto. Interessante notar que, no final
da reportagem, o repórter repete suas palavras: "Deus seja
louvado!Não há de faltar chapéu para a minha cabeça, ainda
que eu viva mais vinte anos". Ela viveu justamente mais 19
anos. |