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ESCOLA DE MINAS  DE OURO PRETO

Resumo histórico

 

OURO PRETO

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Monumento vivo

 

Por suas origens, características e lugar na história do país, Ouro Preto alcançou status que dispensa apresentação. Qualquer brasileiro alfabetizado, ou que pelo menos vê jornais televisivos, tem a obrigação de saber que Ouro Preto fica em Minas Gerais, foi palco da conjuração impropriamente denominada Inconfidência Mineira, berço de Antônio Francisco Lisboa, o "Aleijadinho", e cenário de sua arte. Por tudo isso e mais o fato de ter sido a segunda capital da Capitania, Província, e Estado de Minas Gerais, a antiga Vila Rica tem lugar especial na História brasileira. Se não sabe, é porque alguma coisa falhou no roteiro de seu aprendizado. Pode ter sido falha no ensino, assim como ser fruto do desinteresse do próprio cidadão. Em ambos os casos, a falha é lamentável. Levando essas considerações para fora da esfera nacional, o turista, esse cidadão do mundo, espécime cuja visão vai além do próprio quintal, descobre em Ouro Preto um entre outros modos de vida, outros afazeres e maneiras de ocupar tempo/espaço neste planeta. Daí a razão de Ouro Preto despertar tanta atenção e admiração em todos os quadrantes onde se respira cultura, atraindo grande quantidade de visitantes, muito embora, em iniciativas locais, não se faça quase nada para ter o turista cativo de atenções. A história oficial de Ouro Preto já é contada em outros sites; o roteiro turístico também, assim como tantos outros atrativos são bastante divulgados para que o visitante encontre o que fazer e o que comprar na cidade. Entre as cidades de médio e pequeno porte talvez não haja outra, brasileira, com tamanha força na mídia. Mas, assim como a Lua, Ouro Preto tem uma face que não se mostra por estar envolvida em sua própria sombra projetada à luz da fama. É esse outro lado que pretendemos seja também exposto, para que mais completo se torne o conhecimento a respeito de Ouro Preto, quiçá ampliando os cuidados para com sua preservação e divulgação.

Desde o surgimento da povoação em 1698, a tricentenária cidade atravessou vários ciclos de história, modelando o destino da nação, formando técnicos e líderes políticos, inspirando artistas. Com a epopéia dos bandeirantes paulistas iniciou-se o primeiro ciclo: a mineração do ouro. A abundância do áureo metal trouxe a estas paragens aventureiros das mais diversas categorias sócio-culturais que, mesclando-se, construíram e deram vida aos seus sobrados, movimento às suas ruas e alma aos seus templos.

As minas esgotaram-se, mas, a essa altura a cidade já adquirira status de Capital e os filhos das famílias mais abastadas iam estudar na Europa. Outro ciclo Ouro Preto conheceu então: o da política - clandestina, é verdade - quando o governo português mandou para cá os menos escrupulosos administradores, encarregados de cobrar da terra e dos homens o que a coroa exigisse. Paralelamente, floresceu a cultura com uma elite intelectual profundamente nativista que, interpretando a revolta muda do povo, mobilizou-se nos subterrâneos da política, conspirando contra Portugal. A Conjuração Mineira , hoje impropriamente denominada Inconfidência, deu no que deu, mas Ouro Preto ainda continuou no centro das decisões. Assim continuou depois da independência até a República. Oito anos depois de implantado o regime republicano, a transferência da Capital para Belo Horizonte pôs fim a uma longa história de liderança escrita com amor e ódio, risos e lágrimas, heroísmo e traição, trabalho e corrupção. Tudo cessou de repente, deixando lugar à apatia. Ouro Preto conheceu então o ciclo do esquecimento. Os mais teimosos, ou que não integravam a máquina administrativa, ficaram e cuidaram, com recursos próprios, da herança repudiada. Outros, vindos de longe, conheceram-na, apaixonaram-se pelo seu jeito de ser e ficaram.

Ouro Preto continuou amontoada entre as montanhas sombrias, talvez esperando que, algum dia, fosse redescoberta. A redescoberta aconteceu com o início do ciclo do turismo. Da mesma maneira como foi esquecida, de repente, inúmeras vozes se levantam contra a descaracterização de Ouro Preto, contra o calçamento de Ouro Preto, contra o concreto nas construções em Ouro Preto e até contra o pequeno conforto que a modernidade oferece às residências de Ouro Preto. São intolerantes quanto a quaisquer intromissões de requisitos modernos, mesmo os essenciais à vida de hoje. Há também os que negam Ouro Preto, negam seu passado e a sua História. Pretendem que se sepulte a Ouro Preto antiga, cobrindo de ridículo os seus heróis, forjando interpretações dos fatos à luz de ideologias modernas e duvidosas.

Entre essas duas correntes ficam Ouro Preto e o ouropretano com os seus problemas, porque tanto os que a defendem quanto os que a renegam esquecem-se de que nela gente vive, gente trabalha, gente sofre, gente morre. Esquecem-se que Ouro Preto também tem criança em idade de ir ao parque; tem jovens em idade de estudar, de divertir-se, de trabalhar; tem empresários e trabalhadores que, como os de outras comunidades, ajudam a construir o futuro da nação; tem contribuintes de impostos; tem famílias necessitadas de tudo para terem uma vida que, pelo menos, lembre a dignidade almejada.

Ouro Preto não pode ficar entregue aos caprichos dos que, movidos pelo lucro fácil ou da fama à sua luz, exploram-na como a uma mina, sem dar-lhe nenhum retorno; nem dos xenófobos que a querem fechada numa redoma, como se qualquer iniciativa ou participação externa lhe fosse nefasta. Há que conciliar os interesses do lar dos ouropretanos, os do relicário sagrado nacional, e os que deram origem ao título de Patrimônio Cultural da Humanidade. O rico acervo arquitetônico e artístico, somado a outros bens do mesmo gênero espalhados pelo mundo, pertence à humanidade por ser fruto da inteligência e labor da espécie; sua memória histórica contém os principais feitos que deram origem ao sentimento de nacionalidade brasileira e, como tal, se insere entre os monumentos sagrados cuja preservação cabe ao Estado garantir. Mas, antes de tudo, Ouro Preto é o lar de uma população que a torna monumento vivo. Essa população, por ser a sucessora direta dos que construíram e escreveram a história da cidade, cabendo-lhe ainda as responsabilidades diretas por sua preservação como monumento, merece atenção especial. A preservação da obra se garante com a valorização de seu criador.

 

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